Médica Daniele Barreto Deixa Presídio e Passa a Cumprir Prisão Domiciliar em Aracaju

A médica Daniele Barreto, investigada por suposto envolvimento na morte do marido, o advogado José Lael Rodrigues Júnior, de 42 anos, começou nesta quinta-feira (15) a cumprir prisão domiciliar, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Ela estava presa desde novembro de 2024.
A decisão, de caráter liminar, considerou o fato de Daniele ser mãe de uma criança menor de 12 anos, o que lhe garante direito à prisão domiciliar, conforme previsto na legislação brasileira. Após deixar o Presídio Feminino de Nossa Senhora do Socorro, Daniele foi conduzida ao Departamento do Sistema Prisional (Desipe), no Bairro América, onde foi equipada com tornozeleira eletrônica.
Segundo a defesa da médica, representada pela advogada Luciana Aguiar, a mudança de regime é uma prerrogativa garantida por lei. “É um direito assegurado a mulheres com filhos pequenos. A prisão domiciliar não significa absolvição”, afirmou a defensora.
Processo Corre em Sigilo
A investigação, que segue sob segredo de Justiça, aponta que Daniele teria tido participação ativa na morte do marido, ocorrida em 18 de outubro de 2024, no bairro Jardins, zona Sul da capital sergipana. José Lael foi atingido por disparos de arma de fogo quando estava em seu carro com o filho do casal. Ele não resistiu aos ferimentos; o menino sobreviveu.
O advogado da família da vítima, Guilherme Maluf, afirmou que a decisão não representa um afastamento das suspeitas contra Daniele. “Ela continua presa, agora em regime domiciliar. O processo ainda está em andamento e o sigilo impede o acesso integral aos autos neste momento”, disse Maluf.
Ainda segundo Maluf, os avós paternos da criança assumiram os cuidados com o menor desde a prisão da médica. A decisão do STF teria levado em consideração uma possível ausência de outro responsável legal, embora isso, segundo o advogado, não reflita a realidade familiar atual.
Investigação Aponta Planejamento
A polícia acredita que o crime foi premeditado e teria contado com a ajuda de pessoas próximas à médica. Câmeras de segurança registraram momentos antes do crime, quando duas mulheres – identificadas como amiga e secretária de Daniele – aparecem com os suspeitos do homicídio.
Conforme as investigações, Daniele teria informado aos executores a localização de José Lael no momento do ataque. Ele havia saído para comprar açaí com o filho, a pedido da esposa.
Daniele Barreto foi uma das sete pessoas presas durante a investigação, e agora seguirá monitorada eletronicamente enquanto aguarda os desdobramentos judiciais. Ela está proibida de manter contato com os demais investigados e deve se apresentar periodicamente à Justiça.
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