Como a pornografia pode alterar o cérebro: conheça o movimento Reboot

A internet banda larga ampliou e facilitou o acesso aos mais variados conteúdos pornográficos. Diante disso, algumas pessoas começaram a relatar em fóruns, comunidades e consultórios que estavam dependentes da pornografia e que talvez algo errado estivesse acontecendo com eles. Talvez fosse influência dos preceitos morais e religiosos, mas a ciência resolveu investigar e provou que há muito além disso. No site Your Brain on Porn – seu cérebro na pornografia, existe muito conteúdo científico acerca do assunto, inclusive ele recomenda iniciar o estudo pelo vídeo abaixo do cientista Gary Wilson, que fala sobre os efeitos do consumo de pornografia (clique no ícone de legendas para acompanhar o vídeo em português). Segundo o cientista, a pesquisa foi motivada por existirem muitos relatos de PIED (Porn Induced Erectile Disfunction), ou, em português, DIEP: Disfunção Erétil Induzida por Pornografia. Ou seja, é quando o homem se excita e tem ereções normalmente assistindo pornô, porém é incapaz de ter relações com uma pessoa de carne e osso. A pesquisa comparou dois grupos de homens: os que consomem pornografia e os que não consomem, e analisou os cérebros de ambos. Os resultados preliminares apontaram que aqueles que possuem uma rotina de pornografia, apresentam modificações no cérebro, com rotas que facilitam o acesso fácil e rápido ao prazer. Ora, sabemos que o cérebro pode sofrer efeitos de neuroplasticidade, onde ele assume modificações que venham a atender àquele comportamento. É como acontece quando se obtém prazer mais fácil em qualquer vício: cigarro, álcool, açúcar, cocaína, etc. O cérebro aprende que aquela determinada substância ou comportamento serve para dar prazer e entende que somente na presença de um desses é que ele terá esse prazer. Isso é o vício ou dependência. Como identificar se há algum problema?Nem sempre a pornografia pode estar causando um vício ou dependência. O primeiro sintoma de que algo pode estar errado é a DIEP: Disfunção Erétil Induzida por Pornografia (citada logo acima). Outros como ansiedade para ver o conteúdo sexual, falta de interesse sexual com outras pessoas ou vida afetiva e sexual paralisada ou “mais devagar” também podem ser indicativos de que é preciso rever alguns comportamentos. E nas mulheres, há algum problema?Os cientistas relatam haver dificuldade em encontrar um público feminino que atenda aos pré-requisitos da pesquisa. Segundo eles, a maioria do consumo é do público masculino, e a maior parte do conteúdo sexual nas mídias é muito mais direcionado pra eles do que pra elas. Assim, existem alguns relatos em fóruns e comunidades de mulheres afetadas pela pornografia, mas casos muito isolados e ainda sem comprovação científica e número suficiente.

O que é vício em pornografia? (Artigo traduzido de Gary Wilson)
A vida sem pornografia (relato no site Papo de Homem) Jeferson Machado Santos.
CRF-SE: 658.
Farmacêutico pela Universidade Federal de Sergipe - UFS.
Habilitação em Bioquímica Clínica pela Universidade Federal de Sergipe - UFS.
Especialista em Administração de Empresas pela FIJ-RJ.
Especialista em Farmacologia e Interações Medicamentosas pela Uninter-IBPEX.
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