Lojas Americanas: com R$ 43 bilhões em dívidas, empresa pede recuperação judicial
Na semana passada, a companhia informou que havia descoberto “inconsistências em lançamentos contábeis” nos balanços corporativos

Na semana passada, a lojas Americanas informou que havia descoberto “inconsistências em lançamentos contábeis” no valor de R$ 20 bilhões. Agora, as dívidas já somam R$ 43 bilhões e a empresa resolveu entrar com um pedido de recuperação judicial na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (19).
De acordo com a varejista, a quantia em caixa estaria em R$ 800 milhões. O prazo entre o pedido da empresa e a homologação do plano é de 60 dias. Segundo Marcello Marin, diretor financeiro da Spot Finanças, o pedido de recuperação judicial será um dos maiores do país.
"Será uma recuperação judicial bem complexa. Além das margens, que são extremamente baixas para a companhia, outro ponto de bastante atenção é a 'qualidade' dos credores", disse Marcello Marin, em entrevista ao g1.
"Pelo que se tem falado, a maioria dos credores são os bancos, o que vai gerar muita briga para a aprovação do plano. Internamente, os bancos já estão falando de haircut (perdão de dívida) na casa de 30%, mas, com certeza, o plano vai prever mais do que isso", concluiu.
Entenda o caso
Em 11 de janeiro, a lojas Americanas divulgou o escândalo contábil de que havia identificado “inconsistências em lançamentos contábeis” nos balanços corporativos, no valor de R$ 20 bilhões. O rompo, que foi causado, na maior parte, por dívidas com bancos em operações de risco sacado, aumenta os números referentes ao grau de endividamento e ao capital de giro.
Em nota enviada à imprensa, a empresa disse que pretende manter a liquidez da Americanas em patamares que permitam o bom funcionamento da operação de todas as lojas.
"Através deste comunicado, pedimos o engajamento de todos os colaboradores nesta nova fase e principalmente dos fornecedores com quem temos relações históricas. A história da Americanas segue com determinação rumo a uma nova fase, com o compromisso com a sociedade e disposta a construir soluções que possam vir atender aos credores da empresa", escreveu a empresa.
Desde que o escândalo foi anunciado, o então presidente da companhia, Sergio Rial, e o diretor de relações com investidores, André Covre, deixaram a empresa. Eles tinham menos de dez dias no cargo.
Além disso, as ações da companhia na bolsa de valores brasileira também caíram muito. A loja chegou a perder mais de R$ 8 bilhões em valor de mercado em apenas dois dias.
Com informações do g1
Foto: Eduardo Ribeiro Jr
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