Operação desarticula grupo criminoso que usava saída temporária para cometer assassinatos

Na manhã desta terça-feira (12), a Polícia Civil de Sergipe deu um passo decisivo contra o crime organizado com a deflagração da Operação Saída Espúria. A ação é resultado de uma investigação que apurou dois crimes ocorridos durante a Semana Santa de 2025 na zona rural de Itaporanga D’Ajuda — um homicídio consumado e outro na forma tentada.

Durante a operação, dois suspeitos foram presos, um adolescente foi apreendido e outros dois homens reagiram à abordagem policial, foram baleados, socorridos, mas não resistiram aos ferimentos. Além disso, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, resultando na apreensão de três armas de fogo e entorpecentes.

O caso mais chocante investigado aconteceu no dia 17 de abril. Na ocasião, quatro criminosos armados invadiram uma casa e assassinaram um homem cadeirante, considerado desafeto do grupo. Na ação, os agressores ainda roubaram celulares, dinheiro e uma corrente de prata. Poucos dias depois, o mesmo grupo atacou outra vítima em um assentamento rural, disparando cinco vezes contra ela — a vítima sobreviveu.

As investigações revelaram que o principal executor dos crimes é um detento que, na época, estava em saída temporária e voltou ao presídio após o fim do benefício. Segundo a polícia, o grupo atua majoritariamente no tráfico de drogas, mas também é envolvido em outros crimes, como porte ilegal de armas, roubo, ameaça e corrupção de menores.

A organização criminosa tem duas lideranças bem definidas: uma delas está em liberdade e seria a responsável pela articulação dos ataques; a outra, composta por um preso em regime semiaberto, é tida como o braço armado do grupo, conhecido pela brutalidade. Este último aproveitava as saídas temporárias para executar rivais e fazer cobranças violentas.

A atuação da quadrilha se estendia a outros municípios sergipanos, como Laranjeiras, Areia Branca, Salgado e Maruim — todos alvos de mandados judiciais nesta terça-feira. A motivação dos crimes, de acordo com as apurações, está ligada à tentativa de expandir o controle territorial do grupo.

Ao todo, a operação resultou no cumprimento de 14 mandados judiciais, incluindo prisão preventiva, internação de menor e buscas em residências. O nome da operação, Saída Espúria, faz alusão ao uso criminoso do benefício da saída temporária, que foi utilizado para promover uma série de ataques violentos.

A ofensiva contou com o apoio de várias forças de segurança, como o BPati e o Pelotão de Itaporanga (Polícia Militar), o Departamento do Sistema Prisional (Desipe), além de diversas unidades da Polícia Civil, entre elas a COPCI, DIPOL, Delegacias de Maruim e Itabaiana, e a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).







Com informações da SSP/SE