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Pacientes com fibromialgia cobram medicamentos, especialistas e atendimento digno no município

Falta de remédios, ausência de especialistas e filas longas para fisioterapia são alguns dos problemas enfrentados por pacientes com fibromialgia que dependem do sistema público de saúde.

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Pacientes com fibromialgia cobram medicamentos, especialistas e atendimento digno no município

Na última terça-feira, 5, pacientes com fibromialgia estiveram na Câmara de Vereadores de Itabaiana para cobrar ações efetivas da gestão municipal em relação ao tratamento da doença. Segundo o grupo, promessas feitas anteriormente ainda não foram cumpridas. Entre as principais demandas estão o fornecimento regular de medicamentos, contratação de reumatologista, ampliação do acesso à fisioterapia e atendimento psicológico.

Elizângela, uma das representantes do grupo, expressou frustração após a sessão: “Viemos aqui reivindicar e mais uma vez saímos sem resposta. A dor não espera. É constante. Precisamos de fisioterapia, psicólogo, medicação. Tem pessoas que aguardam a medicação há três meses”, relatou.

Ela afirma que o vereador Joãozinho do Lagamar foi o único que se aproximou dos manifestantes para prestar esclarecimentos. De acordo com ele, a prefeitura ainda não recebeu os medicamentos e está em fase de licitação para contratar um reumatologista.

No entanto, há uma divergência entre os discursos dos parlamentares. Enquanto um vereador da bancada da situação afirma que os medicamentos já estão disponíveis, Joãozinho do Lagamar informou que ainda não chegaram.

Quando indagada sobre essa controvérsia, Elizângela respondeu: “Essa é a questão. Pelo menos o vereador Joãozinho veio até nós e nos deu uma satisfação. Nos informou que a medicação está em falta e que o município aguarda a chegada.”

Outro relato veio da paciente Creuza, que relatou o impacto da falta de estrutura no tratamento. “Precisamos de médicos reumatologistas, psicólogos, psiquiatras, fisioterapeutas. Quando vamos ao clínico geral, ele não pode passar a receita dos nossos remédios, porque só especialistas têm essa autorização. Eu vivo com ajuda de parentes. Nem o INSS reconhece o nosso sofrimento”, disse.

Ela também apontou que os atendimentos estão com fila acumulada de até 300 pessoas e que os psicólogos estão atendendo apenas pacientes que aguardam desde 2024.

Além das dificuldades relatadas, as pacientes também chamam atenção para o reconhecimento oficial da fibromialgia como deficiência. No dia 24 de julho de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 15.176/2025, que reconhece a fibromialgia, a síndrome da fadiga crônica e a síndrome complexa de dor regional como condições de deficiência. A nova legislação foi publicada no Diário Oficial da União e entra em vigor em janeiro de 2026, 180 dias após a sanção.

A fibromialgia é uma condição de saúde crônica e ainda pouco compreendida, caracterizada por dor persistente e difusa, que afeta músculos, tendões e ligamentos, mesmo sem uma causa inflamatória ou degenerativa aparente.

Com base nessa nova legislação e também na PL 23010/2009, que assegura tratamento via SUS, os pacientes reivindicam mais do que promessas: exigem acesso.

“Está tudo no papel. Só queremos ter acesso. Estamos descobertos. Somos invisíveis”, concluiu Elizângela.


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