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Príncipe Maluco: a bebida que faz a cabeça dos foliões

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Príncipe Maluco: a bebida que faz a cabeça dos foliões

Daniel Fernandes de Salvador, BAND A prefeitura de Salvador proibiu a venda, mas Príncipe Maluco continua bombando nos circuitos do Carnaval da cidade. Em ruas adjacentes ao circuito Barra-Ondina, o drinque com título nobre é ofertado em galões e distribuído em copinhos por R$ 2 aos foliões que buscam uma forma rápida e barata de entorpecer os sentidos em meio à folia.

Muitos dos que comercializam a bebida não sabem do que é feita a mistura maluca vendida por “especialistas” a terceiros que desejam ganhar dinheiro com o drinque proibido. Maria das Graças Silva Nascimento, no entanto, assume com orgulho seu conhecimento e garante a qualidade de seus produtos. Segundo ela, Príncipe Maluco nada mais é do que uma mistura de (secretas) doses de guaraná em pó, canela, mel, catuaba e vodca acompanhada de leite condensado e uma rodela de limão. “Alguns (produtores da bebida) colocam droga, mas eu não. Se cair, é só de cachaça mesmo”, afirma a fabricante. Mesmo assegurando que nada além de bebidas alcoólicas está diluído em seu preparo, a vendedora reconhece que a combinação é forte e precisa ser apreciada com parcimônia. “É bom não misturar com cerveja nem outra bebida, porque ele já é quente, é forte. Quando a pessoa passa mal é porque mistura com cerveja, não sabe beber direito... tem que ficar só nele mesmo”, aconselha. Mesmo dentre os que dizem ter longa experiência com a bebida, como a estudante de enfermagem Clarissa Moreira Pita, 23 anos, o discurso é de que o Príncipe precisa ser tomado com cautela e paciência. “Quem não está acostumado é melhor não tomar." Apesar dos riscos, a universitária garante que a mistura é capaz de dar uma animada e acabar com qualquer desânimo. “Em festa assim eu sempre tomo, gosto muito. Estava morrendo de cansaço, tomei e agora os pés pararam de doer, deu uma animada massa”, afirma ao Portal da Band. Proibição Segundo a prefeitura da capital baiana, a venda do Príncipe está proibida nos circuitos "por representar risco à saúde dos foliões”, já que “o consumo da bebida artesanal representa sérios riscos de intoxicação alcoólica”. De acordo com levantamento divulgado pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) soteropolitana, até a última segunda-feira (27), 308 litros da bebida - vendida em doses de 50 ml - haviam sido apreendidos. "Como a bebida é produzida clandestinamente não é possível determinar o nível de álcool ou a presença de outras substâncias adicionadas, alertou o médico e coordenador do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) em Salvador, Ivan Paiva, em nota divulgada pela administração municipal. Apesar da contra-indicação de autoridades públicas e do combate da fiscalização, a bebida tem grande procura e rende um bom dinheiro aos vendedores, que dizem conseguir quase R$ 2 mil nos sete dias de Carnaval na capital baiana apenas com a mistura. “Fora do Carnaval, tenho um ponto que vende muito. Em qualquer festa de rua, botou o Príncipe bomba”, garante Maria das Graças. O apreço pela bebida é tamanho que turistas “exportaram” para outros locais, como São Paulo, onde mora o designer gráfico Alex Mello, 32 anos. “Essa mistura de várias bebidas com cravo e canela é muito boa, então resolvi levar a Bahia para São Paulo para que meus amigos sentissem a energia do que é Salvador”, diz. 


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