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Setembro Verde: a urgência da doação de órgãos e o trabalho silencioso de quem salva vidas nos bastidores

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Setembro Verde: a urgência da doação de órgãos e o trabalho silencioso de quem salva vidas nos bastidores

Todos os anos, o mês de setembro ganha um tom de esperança e conscientização com a campanha Setembro Verde, que reforça a importância da doação de órgãos no Brasil. A iniciativa busca sensibilizar a população sobre a necessidade de conversar com a família sobre o desejo de ser doador e, assim, ajudar a reduzir as filas de espera por transplantes — que, atualmente, contam com milhares de pessoas em todo o país.

Apesar dos avanços, o processo de doação de órgãos ainda enfrenta entraves sérios. Um dos maiores obstáculos é a recusa da família, motivada muitas vezes pela falta de informação ou pelo desconhecimento da vontade do parente falecido. Outro fator crítico é a ausência de documentação adequada do paciente, o que impede a identificação oficial, exigida por lei para que a doação seja viabilizada.

Foi justamente esse tipo de situação que mobilizou uma ação rápida e precisa do Instituto de Identificação de Sergipe, com a atuação do papiloscopista Diego Santana. O caso, ocorrido em julho de 2023, ilustra como a agilidade e o preparo técnico de profissionais da segurança pública também são determinantes para que vidas possam ser salvas por meio da doação. 

A identificação que salvou cinco vidas

No dia 22 de julho de 2023, o plantão de sábado do papiloscopista Diego Santana foi interrompido por um chamado urgente. Às 7h15, a Central de Transplantes de Sergipe solicitou sua presença no Hospital São José, onde um paciente com morte encefálica aguardava identificação oficial. A família já havia autorizado a doação de órgãos, mas o procedimento não podia seguir por falta de documentação.

“Geralmente, coletamos os dados no local e retornamos à base para pesquisa e emissão da certidão, mas, diante da urgência, fizemos a pesquisa antes e já levei as certificações prontas, uma positiva e outra negativa, para melhoria do processo”, explicou o papiloscopista.

Mesmo com uma alta demanda no plantão, que incluía outras identificações para audiências de custódia, Diego reestruturou seu fluxo de trabalho para agilizar a missão. Graças à eficiência na coleta das impressões digitais e à perícia realizada diretamente no hospital, às 9h40 a certidão positiva foi entregue à equipe médica, autorizando os procedimentos de retirada e transplante dos órgãos.

“Saber que meu trabalho contribuiu para salvar cinco vidas é um sentimento indescritível, um verdadeiro sentimento de super-herói”, destacou Diego.

O caso foi relatado na série “Heróis Anônimos da Segurança Pública”, que reconhece o papel vital desses profissionais nos bastidores de ações que salvam vidas.

A urgência da identificação e a importância da parceria institucional

A legislação brasileira exige que a identidade do doador esteja formalmente confirmada para que a doação possa acontecer. Isso garante a legalidade do processo e a segurança de todas as etapas, do hospital à equipe de transplante.

O coordenador da Central de Transplantes de Sergipe, Benito Fernandez, destacou o impacto direto da atuação do Instituto de Identificação no êxito da operação:

“A não identificação era uma barreira que poderia inviabilizar a doação. Com a agilidade do papiloscopista, conseguimos efetivar o procedimento e salvar vidas”, afirmou.

Além da identificação, o tempo é outro fator crucial. Órgãos humanos têm uma janela curta de viabilidade após a confirmação da morte encefálica, e qualquer atraso pode impedir o transplante.

“O encéfalo não funciona mais, e os órgãos ficam à deriva. A agilidade na identificação é fundamental para preservar a qualidade dos órgãos e garantir que sejam transportados com segurança”, explicou Fernandez.

Setembro Verde: doar é um ato de amor que começa com a conversa

A doação de órgãos depende diretamente da autorização dos familiares mais próximos do paciente. Por isso, o Setembro Verde tem como principal bandeira a importância de conversar sobre o desejo de doar ainda em vida.

“É importante que as famílias conversem sobre a doação, pois a decisão cabe aos cônjuges ou parentes em até segundo grau. Quando há esse diálogo prévio, o processo se torna muito mais rápido e fácil”, destacou Fernandez.

Casos como o do papiloscopista Diego Santana mostram que a doação de órgãos é um trabalho coletivo que envolve não apenas médicos, mas também profissionais da segurança pública, peritos e técnicos que atuam nos bastidores, com dedicação e sensibilidade.

“Além de fazer o que gosto, saber que ajudei a salvar vidas é algo que motiva e emociona”, concluiu Diego.

 

 

 

 

 

 

 

Com informações da SSP
 


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