Advogado classifica como "desnecessária e desmedida" prisão de médico suspeito de crimes sexuais em Aracaju

A defesa do médico endocrinologista preso em Aracaju por suspeita de crimes sexuais contra pacientes do sexo masculino se pronunciou nesta sexta-feira (10), classificando a prisão preventiva como uma medida excessiva. O advogado Newton Carvalho afirmou que o cliente nega todas as acusações e que responderá às investigações em liberdade, se houver justiça.
“A prisão é desnecessária, desmedida e desarrazoada”, declarou o advogado, ao comentar a decisão da Justiça de Sergipe, que optou por manter o médico detido após audiência de custódia realizada na quinta-feira (9).
Segundo Carvalho, a audiência teve como foco apenas a legalidade do ato de prisão, sem entrar no mérito das denúncias. “A audiência de custódia existe apenas para aferir se a prisão cumpriu os requisitos legais. Hoje não se discutiu culpa ou inocência. O juiz entendeu a prisão como jurídica, embora nós discordemos e consideremos desnecessária”, explicou.
O defensor informou ainda que a equipe jurídica aguarda acesso completo ao conteúdo da denúncia oferecida pelo Ministério Público. A partir da análise dos documentos, será apresentada a resposta à acusação e o pedido formal de revogação da prisão. “Vamos demonstrar que o doutor Paulo Solto não oferece risco à sociedade nem ao processo. Ele pode responder em liberdade, como qualquer outro cidadão acusado de um crime”, afirmou.
A defesa insiste na presunção de inocência e reforça a confiança no histórico pessoal e profissional do endocrinologista. “Nós cremos na absoluta inocência do doutor Paulo e vamos provar isso em juízo. Ele nega veementemente todas as acusações que lhe foram imputadas”, declarou Newton Carvalho.
Sobre a carreira do médico, o advogado destacou sua reputação e tempo de serviço. “É um profissional extremamente qualificado, sem nenhuma mácula em sua trajetória”, disse. Segundo ele, o médico atua na endocrinologia há mais de 15 anos, sem registros de condutas irregulares. Ainda de acordo com a defesa, o médico permanece calmo, está colaborando com as autoridades e tem plena consciência de suas responsabilidades.
Entenda o caso
O médico endocrinologista foi preso na última quarta-feira (8) pela Polícia Civil, em uma clínica no centro de Aracaju. De acordo com as investigações, ele é suspeito de cometer crimes sexuais contra pacientes homens durante atendimentos clínicos desde abril deste ano. Conforme apurado, os atos eram justificados por ele como parte dos procedimentos médicos. A Justiça de Sergipe manteve a prisão preventiva após audiência realizada na quinta-feira (9).
Responsável pelo caso, o delegado Carlos Antônio, da 2ª Delegacia Metropolitana, informou que a investigação exigiu cuidado e atenção especial às vítimas. “O caso exigiu uma investigação detalhada e sensível, por envolver vítimas que buscaram atendimento médico e foram surpreendidas por condutas incompatíveis com a ética e o respeito humano”, afirmou.
Em nota, a defesa do médico reiterou que ainda está analisando o inquérito policial e sustentou que não há elementos que justifiquem a prisão. Já o Conselho Regional de Medicina de Sergipe (CRM-SE) comunicou que abrirá procedimentos administrativos para apurar a conduta do profissional nos âmbitos ético e profissional.
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