Fafen será reativada em Sergipe e promete impulsionar a economia local

A Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), localizada em Sergipe, terá suas atividades retomadas. O anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (9), durante a cerimônia de inauguração da nova unidade da montadora BYD, em Camaçari, na Bahia. A notícia marca um novo capítulo na história industrial sergipana, após um período de incertezas e paralisações.

O presidente Lula destacou que a reabertura das unidades da Fafen, tanto na Bahia quanto em Sergipe, representa um passo estratégico rumo à soberania nacional na produção de fertilizantes. “A Fafen vai voltar a funcionar na Bahia e em Sergipe porque, agora, seremos donos do nosso nariz também na produção de fertilizantes”, afirmou o presidente.

Representando o Governo de Sergipe no evento, o vice-governador Zezinho Sobral celebrou a decisão e ressaltou os impactos que a retomada terá no agronegócio. “A reabertura das Fafens significa independência na produção de fertilizantes nitrogenados. Isso fortalece o produtor rural, a agricultura familiar e o agronegócio como um todo”, declarou.

Retomada marca novo ciclo industrial em Sergipe

Após retornar de compromissos no Rio de Janeiro, o governador Fábio Mitidieri também comemorou o anúncio. Ele relembrou a importância histórica da Fafen para o estado, implantada pela Petrobras em 1980, e apontou que sua reativação simboliza um novo tempo de crescimento. “É uma conquista fundamental para o nosso estado, que representa mais oportunidades, geração de empregos e renda para a nossa população”, declarou.

A reativação da unidade é resultado de negociações entre o Governo de Sergipe e a Petrobras, lideradas pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec). O processo envolveu também a reestruturação da planta e a criação de condições favoráveis para o retorno da produção.

Engeman assume operação da planta em contrato de quase R$ 1 bilhão

O contrato para retomada das operações da Fafen foi assinado em setembro de 2025 entre a Petrobras e a empresa Engeman, vencedora do processo licitatório que contou com seis propostas. Avaliado em aproximadamente R$ 976 milhões, o contrato prevê que a Engeman assumirá a operação e manutenção das unidades de produção de amônia e ureia granulada em Sergipe, atuando como prestadora de serviços. A Petrobras continuará responsável pelas atividades comerciais.

A expectativa é que, até o fim de 2025, a unidade volte a produzir CO₂, amônia e ureia, insumos fundamentais para o setor agrícola. A retomada das atividades deve gerar cerca de 1.400 empregos diretos e indiretos. Do total, 338 vagas já foram abertas por meio do portal GO Sergipe, da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem).

Histórico e importância estratégica da Fafen

A Fafen de Sergipe tem papel central na indústria de fertilizantes do país. Desde sua inauguração, foi responsável por alavancar a produção de insumos essenciais à agricultura, como ureia e sulfato de amônio. Em 2020, a planta foi arrendada à iniciativa privada, mas teve suas operações suspensas em março de 2024 pela então operadora, a Unigel, alegando inviabilidade econômica.

Após decisões judiciais envolvendo a Unigel, a Petrobras decidiu abrir nova licitação para reativar as fábricas da Bahia e de Sergipe. Agora, com a vitória da Engeman e o apoio do Governo Federal e do Estado, a Fafen retoma seu papel estratégico no desenvolvimento do setor agrícola e da economia sergipana.




Com informações da ASN